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Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo

8 de Março às 17h44
Por Teofilo Tostes

Dia internacional da mulher: nossas homenagens a Bertha Lutz

Paula Bajer - Procuradora Regional Eleitoral em São Paulo

No dia internacional da mulher escrevo este texto sobre Bertha Lutz, que lutou muito para que nós, mulheres, pudéssemos participar da política e do serviço público.

Bertha Lutz nasceu em 1894 em São Paulo. Era feminista e militante sufragista. Representou o Brasil na Conferência de São Francisco em 1945, quando criada a Organização das Nações Unidas.

Bertha era uma feminista especial, acreditava em sororidade, na experiência e na atitude como essenciais para a igualdade real e jurídica da mulher na sociedade.

Formou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. Foi uma das responsáveis pela seção Feminismo do jornal O País, em que se publicava propaganda sufragista feminina.

Bertha foi uma importante ativista política. Teve dificuldades e conflitos. Integrou o Partido Autonomista e passou por experiências em que viu como era difícil participar do jogo político-partidário em que as regras eram masculinas e impenetráveis para as mulheres.

Ela sabia que os partidos aceitavam mulheres como enfeites e, por isso, nem sempre comparecia às reuniões.

Bertha era feminista e não se via como assistencialista, tinha dificuldades para compreender e atender pleitos pessoais.

Foi deputada federal e a primeira mulher a integrar uma delegação diplomática brasileira como delegada plenipotenciária.

Bertha Lutz lutou pela igualdade jurídica entre homens e mulheres no Brasil e no mundo. Foi feminista autêntica e, já naquela época, colaborou para a construção do conceito de sororidade. Transcrevo aqui Bell Hooks: “É importante destacar que a sororidade jamais teria sido possível para além dos limites de raça e classe se mulheres individuais não estivessem dispostas a abrir mão de seu poder de dominação e exploração de grupos subordinados de mulheres. Enquanto mulheres usarem poder de classe e de raça para dominar outras mulheres, a sororidade feminista não poderá existir por completo” (O feminismo é para todo mundo, Rosa dos Tempos, Rio de Janeiro, 2020, p. 36).

Indico, para leitura sobre Bertha Lutz: Bertha Lutz e a carta da ONU, de Amma e Angélica Kakil (ilustrações e roteiro, Veneta, 2021), e Perfil Parlamentar 73, de Teresa Cristina de Novaes Marques, edições câmara, 2ª edição.

No último livro, HQ roteirizado a partir de reminiscências da própria Bertha, está bem evidente o pensamento dela, em conversas com outras mulheres em São Francisco, sobre a diferença entre uma mulher apenas ocupar lugar de destaque e todas poderem ocupar lugares de destaque.

Em um dos diálogos, em encontro em chá feminino, espera-se que Bertha nada pleiteie para as mulheres na Carta da ONU. E ela diz: “É justamente por isso que estou aqui”.

É claro que ela trabalha para as mulheres e é claro que obtém bons resultados. A igualdade foi expressamente estabelecida e foi formado um subcomitê sobre o status das mulheres na ONU.

Vivemos de histórias contadas, de exemplos que podemos seguir.

Tenho pensado muito em sororidade.

Nossas homenagens à sufragista Bertha Lutz e a todas as mulheres ativistas em família, casa, trabalho, nas escolas, nas comunidades, nos partidos políticos.

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