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Pará

Indígenas
10 de Janeiro de 2024 às 17h55

MPF investiga demora na perícia de indígena encontrado morto com sinais de violência no Pará

Órgão apura, desde a última segunda-feira (8), demora na chegada da equipe de perícia ao local por falta de transporte fluvial

Arte retangular sobre foto de parte da parede de uma oca. está escrito indígenas ao centro, na cor amarela.

Arte: Comunicação/MPF

O Ministério Público Federal (MPF) iniciou investigação para apurar a demora do Estado na remoção e perícia do corpo de indígena encontrado com sinais de violência no Pará. O corpo do cacique Adamor Farias Neves foi encontrado pela comunidade em processo de decomposição na aldeia Mapirizinho, Território Indígena Kumaruara, localizado em Santarém (PA), nesta segunda-feira (8). Na ocasião, ao ser acionada, a Polícia Científica informou falta de transporte fluvial necessário para o acesso da equipe do Instituto Médico Legal (IML) ao local. O serviço foi realizado apenas no dia seguinte.

A pedido do MPF, a Superintendência Regional do Baixo Amazonas da Polícia Civil e a Polícia Científica do Pará deverão esclarecer, no prazo de dez dias, a demora excessiva para o atendimento da demanda envolvendo a morte do indígena e informar a logística utilizada pelas instituições para a realização do serviço, além de encaminhar ao MPF o laudo pericial.

No inquérito civil instaurado para apurar o caso, o MPF requer ainda que os órgãos comprovem a ausência de transporte fluvial para o desempenho das atividades institucionais, com especificação sobre o atual estado de embarcações e eventuais danificações, com prazo o para resolução. Além disso, requisita informações sobre quais medidas serão tomadas imediatamente para suprir a falta de transporte, seja por meios próprios ou em cooperação com outros órgãos públicos.

Sobre o caso – No dia em que o corpo foi encontrado, o MPF encaminhou ofício à Polícia Científica do Pará requisitando perícia necroscópica, além de explicações urgentes sobre a recusa de prestação de ofício do serviço, considerando suas atribuições e a possibilidade do uso de embarcações ou aeronaves em colaboração com outros órgãos públicos para o acesso ao local. Segundo o órgão, ainda não foram apresentados esclarecimentos oficiais.

Lideranças indígenas informaram que a Polícia Civil e a Polícia Científica estiveram no dia seguinte, terça-feira (9), na aldeia Mapirizinho para perícia e remoção do corpo do indígena. Para o MPF, a demora violou direitos fundamentais do indígena, de familiares e do povo Kumaruara. “Em razão da falha do serviço público, os familiares e a comunidade precisaram conviver e conservar, por sua própria conta e risco, o corpo encontrado em situação de violência, de modo que o tratamento dispensado pelo Estado supera a ilegalidade e transborda para a absoluta desumanidade”, destaca o órgão.

Transporte fluvial – Em relação à falta de transporte fluvial, o MPF ressalta que cerca de 50 mil pessoas vivem em áreas ribeirinhas no município e que, por terem os rios como principal meio de transporte, dependem da prestação de serviços do poder público por via fluvial. O órgão acrescenta que o deslocamento, nesse caso, poderia ser feito de lancha, com duração de 40 minutos – sendo o acesso menos complicado em comparação a outros destinos na região – e considera a falta de estrutura “preocupante e inadmissível”.

Outra ponderação do órgão é que a demora para o início do trabalho pericial prejudica a investigação de crimes violentos, seja pela alteração do local do crime ou pelo estágio avançado de decomposição do corpo. Nesse sentido, o órgão enfatiza relatos de demora para remoção de corpos de indígenas pela Polícia Científica, inclusive na área urbana do município. Para o órgão, há ainda indícios da prática de racismo institucional no caso.
Ministério Público Federal no Pará
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