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Rio Grande do Sul

Geral
3 de Março de 2021 às 12h25

Mulheres cientistas e divulgadoras afirmam que combater a desinformação é um desafio

Evento do MPF em homenagem ao Dia da Mulher promove atuação de mulheres no combate à covid-19

Transmissão da live “Mulheres no combate à covid-19: ciência e divulgação científica” no YouTube

Imagem: Ascom MPF/RS

Combater a desinformação e o negacionismo em relação a pandemia é um dos grandes desafios da ciência hoje. Quatro brasileiras que vêm se destacando no combate à covid-19 no país participaram de uma mesa-redonda online na terça-feira (2) sobre as principais dificuldades e os avanços obtidos na pesquisa científica. Promovida pelo Ministério Público Federal (MPF), a live "Mulheres no combate à covid-19: ciência e divulgação científica" contou com a presença de Andréa Alice da Silva (UFF), Ester Sabino (USP) Mellanie Fontes-Dutra (UFRGS), cientistas, e mais a jornalista Luiza Caires (USP).

A live foi realizada no canal do Programa Bem Viver no YouTube com a mediação das procuradoras da República Analúcia Hartmann, de Santa Catarina, e Suzete Bragagnolo, do Rio Grande do Sul.
Em sua primeira participação, Analúcia ressaltou que “ao mesmo tempo em que estamos passando um ano dentro da pandemia, estamos passando um ano em meio a cortes nas verbas para a pesquisa científica – cortes nas verbas para as universidades públicas, pesquisas, estudos e bolsas para cientistas e pesquisadores”.

Veja aqui a live na íntegra

A primeira cientista a ter a palavra foi Ester Sabino, médica do Departamento de Moléstias Infecciosas da Faculdade de Medicina da USP que coordenou o primeiro sequenciamento genético do novo coronavírus. Ester, que já trabalhava quando houve a epidemia de Aids no Brasil, lembrou que naquela ocasião “o Brasil era visto como o país que estava tendo a melhor resposta, o oposto do que vemos hoje (no caso da Covid-19), o que é um absurdo”.

Ester comparou a situação do Brasil no início dos anos 2000 à África do Sul, onde um presidente negacionista dos riscos do HIV possibilitou uma contaminação em massa daquela população pelo vírus da Aids. “Ainda hoje, a África do Sul tem o maior número de pessoas com Aids no mundo. Essa situação não aconteceu no Brasil de então”, disse ela, explicando em seguida que o Brasil soube se preparar. “Epidemia é a típica coisa que você tem que pensar e agir com rapidez, e por isso eu acho que é o lugar onde a mulher deve estar na posição de comando, porque é muita coisa ao mesmo tempo e temos que decidir sobre todas elas no mesmo momento”.

Em seguida, Andréa Alice da Silva, professora-associada da UFF que coordena um dos laboratórios de campanha para amplificação do diagnóstico molecular da covid-19 no estado do Rio de Janeiro (Rede virus/ MCTI) falou sobre como a pandemia alterou a rotina dos laboratórios de pesquisa na UFF. “O primeiro caso grave de covid no Rio de Janeiro foi um médico que era muito querido entre nós”, narrou. Ela conta que isso causou uma comoção entre os pesquisadores (tanto professores como estudantes) de seu laboratório, que passou então a se dedicar exclusiva e voluntariamente a pesquisas sobre o novo coronavírus.

Andréa chamou bastante a atenção em sua fala para a postura negacionista, em especial por parte de gestores que deveriam estar ocupados em combater a desinformação e a doença, mas fazem o contrário, e as naturalizam. “A população acaba absorvendo esse discurso negacionista e que naturaliza a pandemia, no lugar de tomar iniciativas para combatê-la”. Andréa também frisou que, além de “não estarmos vendo uma campanha maciça pelo uso de máscaras e isolamento”, há um outro problema: como a população vai usar máscara de proteção contra o vírus se não puder pagar por ela?

Entre as falas das duas cientistas, a procuradora da República Suzete Bragagnolo mencionou a necessidade de ações mais concretas por parte do Ministério da Saúde, diante do cenário de negacionismo e da disseminação da doença: “Estamos vivendo o pior momento da pandemia na região sul. Santa Catarina precisou transportar pacientes para o Espírito Santo e no Rio Grande do Sul, a rede hospitalar privada já colapsou e a rede pública caminha nesse sentido”.

A biomédica Mellanie Fontes-Dutra destacou o trabalho realizado pela Rede Análise Covid-19, da qual é coordenadora. Composta por membros de diferentes regiões do país e com múltiplas formações, a rede se sustenta nos escopos de coleta, análise de dados e divulgação científica. A cientista que é também membro do grupo Infovid, da Equipe Halo e da União Pró-Vacina defende a imunização, a adesão de todos às medidas de prevenção, e de ações coordenadas para o país tentar segurar a transmissão da covid-19. “A pandemia é um fenômeno muito abrangente. Não se trata só sobre a questão da saúde, mas a gente vê a amplificação de vulnerabilidades e de outros impactos em múltiplos setores da sociedade.”

Foi pensando nesse desafio que a Rede Análise Covid-19 foi criada, como um espaço com diferentes expertises para avaliar a pandemia sobre diversos ângulos. Como a pandemia afetaria o Brasil e como o Brasil se posicionaria frente a ela. Mellanie também falou sobre o desafio de fazer comunicação científica hoje no Brasil e a oportunidade de engajar mais pessoas nesse trabalho, de promover a informação e combater a desinformação.

A procuradora da República no Rio Grande do Sul, Suzete Bragagnolo, destacou, em seguida, a importância do trabalho dos grupos interdisciplinares e dos trabalhos em rede por proporcionar o diálogo, o intercâmbio de informações e atuações efetivas. De acordo com ela, esse trabalho é essencial para combater a desinformação, fake news e todo tipo de notícia falsa que não reflete o entendimento da maioria da comunidade científica. Além de ser procuradora regional dos Direitos do Cidadão substituta, Suzete atua no ofício da Saúde e integra grupos de trabalho e fóruns interinstitucionais com foco no combate à pandemia.

Compartilhando conhecimentos sobre divulgação científica, a jornalista Luiza Caires dividiu com o público informações sobre comunicação na ciência do ponto de vista do jornalismo. Luiza, que tem 14 anos trabalhando com a temática, ilustrou sua fala com vários exemplos da comunicação científica pautada na responsabilidade ética e sempre nas melhores evidências -dicas essenciais para o leitor saber buscar informações confiáveis, sempre filtrando o que lê, ouve ou vê.

8 de março - A live “Mulheres no combate à covid-19: ciência e divulgação científica” integra o calendário de eventos alusivos ao Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, e foi promovida pelas áreas de Assistência à Saúde e Bem-Estar, de Comunicação Social e de Equidade de Gênero e Raça das unidades do MPF sediadas nas capitais da Região Sul -Procuradorias da República no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná e Procuradoria Regional da República na 4º Região.

Para saber mais sobre as participantes acesse:

Andréa Alice da Silva - Lattes

Ester Cerdeira Sabino - Lattes | Twitter

Luíza Caires - Lattes | Twitter | Facebook | Instagram

Mellanie Fontes-Dutra - Lattes | Twitter | Facebook | Instagram

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