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Rio de Janeiro

Patrimônio Cultural
2 de Setembro de 2022 às 17h55

Palestras e debates refletem sobre os impactos da Semana de 22 cem anos depois

Historiador destacou as novas perspectivas e leituras sobre a Semana

Pessoas sentadas em auditória, ao fundo a mesa formada pelos palestrantes

Foto: Ascom PR/RJ

As discussões acerca dos reflexos do centenário da Semana de 22 prosseguiram na terça-feira (30), no segundo dia de evento "Cem anos da Semana de 22 e seus reflexos nas instituições brasileiras", aprofundadas por palestras e debates. O procurador-chefe da PR/RJ, Sérgio Pinel, procedeu à abertura, ao lado da mediadora dos debates, a procuradora da República Fabiana Schneider. Ainda compuseram a mesa de abertura os palestrantes do dia: o procurador da República Sérgio Suiama, o professor e historiador Frederico Coelho, e a promotora de justiça do Ministério Público do Pará (MP-PA), Lilian Regina Furtado.

Confira aqui a galeria.

Fabiana Schneider destacou como os cem anos da Semana de 22 representam uma oportunidade para refletir sobre a atuação do Ministério Público Federal: "Aproveitamos o centenário para, a partir do conceito de Walter Benjamin, buscar uma narrativa das minorias fora da história oficial, porque esse Brasil imenso não tem apenas uma história, tem muitas. E aproveitamos todo esse contexto para apresentar alguns dos trabalhos de atuação do MPF na defesa e promoção das artes, da cultura, do patrimônio cultural”, destacou.

Observar os ecos da Semana de 22, e como ela foi enxergada ao longo das décadas, abre a possibilidade para analisar as mudanças na própria sociedade. Frederico Coelho, professor da PUC-RJ e doutor em Literatura Brasileira, apontou o papel do arquivo nas narrativas sobre a História. "É preciso entender a ideia de que, 100 anos depois, a semana é lida com outras perspectivas, com outros sujeitos políticos, outras referências históricas. Cada época tem a sua leitura do arquivo", explicou.

Coelho é autor do livro “A Semana sem fim”, obra em que destaca o viés crítico e histórico da Semana de Arte Moderna de 22, publicado em 2012, ocasião dos 90 anos da semana, e afirma que mesmo apenas dez anos depois, o contexto já modificou a leitura sobre o evento: "Não haviam discussões sobre a centralidade excessiva de São Paulo, a centralidade excessiva de pessoas brancas, a questão de gênero não ter sido contemplada, a questão da cultura popular não ter sido, naquele primeiro momento, trabalhada", afirmou.

Mário de Andrade - Após a fala do professor Frederico Coelho, foi a vez do procurador Sérgio Suiama, que trabalha no ofício de Patrimônio Histórico e Cultural da PR/RJ. Suiama falou sobre a importância de Mário de Andrade para a elaboração do Decreto-Lei 25, de 1937, a lei brasileira de preservação do patrimônio histórico e cultural: “A partir de 1924, Mário de Andrade começa a viajar pelo Brasil e fazer um recolhimento de tudo aquilo relacionado à cultura popular, onde ele mesmo se colocava como turista aprendiz. Por isso, ele teve papel fundamental na elaboração do decreto”, explicou Suiama, que também falou sobre os principais aspectos que determinam a elaboração da lei.

“O primeiro, desde aquela época, é a rejeição ao monumentalismo. Segundo, o valor ao patrimônio imaterial do Brasil, que só foi reconhecido na Constituição de 1988, e, por último, a discussão sobre o por quê deve-se tombar algum local. O grande problema do patrimônio imaterial é: como você vai registrar tudo isso?”, indagou Suiama.

Encerrada a fala do procurador, começou então o debate, com a participação da plateia. Dentre os temas, foram abordados o papel da mulher na arte daquela época e hoje, além da atuação do escritor Monteiro Lobato. Ao fim do debate, o procurador da República Jaime Mitropoulos perguntou qual seria a missão do MPF em atuar, no dia a dia, para combater as tentativas de retrocesso a que estamos submetidos hoje no país, inclusive na cultura, onde os segmentos que estiveram presentes devem ser valorizados. Como resposta, Suiama falou sobre a necessidade de resgatar os fenômenos culturais brasileiros: “O grande norte para nós é reconhecer a complexidade dos fenômenos culturais brasileiros e as múltiplas contribuições para o país. Nos próximos anos, vamos conseguir resgatar isso”, prometeu.

Afroteca - A promotora de justiça do MP/PA, Lilian Regina Furtado, falou sobre a atuação do órgão na cidade de Santarém (PA). Ela destacou a criação do Núcleo de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (NIERAC), na busca por atender as demandas da população indígena e negra do estado: “Em um ano de atuação do NIERAC, a maioria dos nossos debates tem sido a partir da arte. A arte que fazemos em Santarém tem sido nosso instrumento de enfrentamento ao racismo e ao preconceito”, acentuou.

Lilian ainda destacou a vanguarda do MP paraense na inauguração de uma biblioteca com livros de temática africana, destinados às crianças. A afroteca Olivani Melo foi instalada dentro da instituição.

O segundo dia do evento foi finalizado com o sorteio de um dos exemplares do livro “Vozes afroamazônidas – entre rios, terras e afetos”, trazido pela promotora Lilian. Por iniciativa do procurador-chefe Sérgio Pinel, o segundo exemplar da obra foi doado à Biblioteca da PR/RJ, para estar à disposição de todo público interno da instituição.

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