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Procuradoria-Geral da República

Consumidor e Ordem Econômica
19 de Janeiro de 2022 às 14h10

Câmara de Consumidor e Ordem Econômica do MPF atuou nos setores de transporte, energia, saúde suplementar, agronegócio e proteção de dados

Órgão superior priorizou a busca de soluções negociadas para garantir o direito dos consumidores e o equilíbrio da economia

#pratodosverem: imagem de fundo preto com texto branco, do lado esquerdo, escrito " Retrospectiva"  e abaixo  retângulo cinza com o texto em branco escrito " 3ª Câmara de Coordenação e Revisão,Consumidor e Ordem Econômica". À direita, retângulo branco na vertical com régua de anos 2019 a 2025 em preto, com uma lupa de destaque com o ano de "2021" em cinza.

Arte: Secom/MPF

A Câmara de Consumidor e Ordem Econômica do Ministério Público Federal (3CCR/MPF) trabalhou em 2021 para proteger os direitos dos consumidores e garantir o bom funcionamento dos serviços prestados à população. Por meio de reuniões, participação em audiências públicas, criação de Grupo de Trabalho, elaboração de notas técnicas e recomendações, o órgão superior promoveu debates com diversas instituições visando buscar melhorias para o consumidor e garantir o equilíbrio da economia nacional.

Com esse objetivo, em janeiro, a 3CCR abriu procedimento para acompanhar os impactos socioeconômicos e concorrenciais causados pela saída da empresa Ford do Brasil, já que o fim das atividades poderia acarretar em prejuízos ao setor industrial e provocar a redução dos níveis de renda e emprego nacionais, afetando negativamente a economia.

Transportes – No setor de transportes, o setor ferroviário recebeu atenção especial do colegiado. Em fevereiro, a Câmara emitiu nota técnica contra a exigência de pagamento de acréscimo no valor de outorga nos contratos de prorrogação antecipada de ferrovias. O órgão superior defendeu que os recursos deveriam ser destinados a novos investimentos e melhorias na malha ferroviária.

Em abril, a 3CCR elaborou nota técnica analisando aspectos econômicos e concorrenciais da construção da ferrovia EF-170, chamada Ferrogrão, que pretende ligar o estado do Mato Grosso ao Pará. Segundo o documento, o projeto representa um avanço no desenvolvimento e integração da infraestrutura de transporte do país, com impacto direto na redução do custo de escoamento da produção agrícola brasileira. Além disso, contribui para ampliar a concorrência no setor, com possível diminuição nos preços do frete.

Em agosto, o órgão superior do MPF elaborou informação técnica favorável à aprovação do Projeto de Lei (PLS) 261/2018, que cria um novo marco legal para o setor de transporte ferroviário. O texto prevê novos instrumentos de outorga para ferrovias em regime privado, com participação mínima do Estado, e contém ainda definições técnicas para harmonizar a legislação do setor. A principal novidade é a possibilidade de exploração do modal por meio de autorização do Poder Público, e não apenas mediante concessão ou permissão. A proposta foi aprovada em outubro pelo Senado Federal e em dezembro pela Câmara dos Deputados, gerando a Lei 14.273/2021.

Saúde suplementar  A 3CCR também articulou esforços em busca de soluções para melhorar o atendimento dos usuários dos planos de saúde. Em fevereiro, o órgão superior se reuniu com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para tratar de temas como as limitações na cobertura assistencial para os pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a cobertura extraordinária de vacinas para a covid-19, a cobrança de reajustes suspensos em 2020 e a revisão do modelo de remuneração previsto nos contratos entre as operadoras e os prestadores de saúde, entre outros.

Na tentativa de padronizar e regularizar o atendimento dos planos de saúde em relação a pacientes autistas, o órgão superior recomendou à agência reguladora, em março, a suspensão imediata e a revisão regulatória de trecho de resolução da ANS que limitava o número de sessões de psicoterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia para reabilitação do retardo do desenvolvimento psicomotor de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Na avaliação do MPF, é preciso garantir aos usuários de planos privados o número de consultas prescrito pelo profissional de saúde responsável pelo atendimento e tratamento da pessoa com TEA.

mudança no regramento da ANS foi aprovada pela diretoria da agência reguladora em julho, depois de ações judiciais propostas pelo MPF em oito unidades da federação e da recomendação nacional enviada pela 3CCR. Com a medida, os beneficiários de planos de saúde de todo o país passaram a ter direito a número ilimitado de sessões necessárias para o tratamento do transtorno. O resultado é uma conquista importante da instituição, que atua na pauta desde julho de 2019, quando foi ajuizada a primeira ação civil pública, em Goiás.

Também com o objetivo de aperfeiçoar a legislação brasileira em relação aos planos privados de saúde, a 3CCR participou, em 2021, de duas audiências públicas promovidas pelo Congresso Nacional para discutir mudanças na Lei 9.656/1998, a chamada Lei dos Planos de Saúde. Em agosto, o órgão superior frisou a importância de analisar a questão considerando os efeitos da pandemia de covid-19 no setor e sugeriu alterações na norma para reduzir o custo dos beneficiários. Em setembro, a 3CCR demonstrou preocupação com a Medida Provisória (MP) 1.067/21, que trata da atualização das coberturas obrigatórias pelos planos de saúde, e ressaltou que a medida precisa avaliar os impactos econômicos gerados para operadores e consumidores.

Proteção de dados – Assegurar a proteção de dados dos usuários de serviços públicos e privados foi outra pauta prioritária da 3CCR em 2021. Em fevereiro, o órgão superior elaborou nota técnica para alertar as autoridades acerca dos obstáculos legais à privatização do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), incluído no Programa Nacional de Desestatização do governo federal. O documento esclarece que a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD - Lei 13.709/2018) veda a pessoas jurídicas de direito privado o tratamento de dados pessoais relacionados à segurança pública, à defesa nacional e à segurança do Estado. Para o MPF, além de contrariar a legislação, a privatização do Serpro ameaça a soberania brasileira, ao expor informações estratégicas para o país.

Outra atuação de destaque na temática foi a recomendação para que o WhatsApp adiasse a entrada em vigor e promovesse ajustes na nova política de privacidade do aplicativo, que autorizava o compartilhamento de dados pessoais com as empresas do grupo econômico do Facebook. O documento foi expedido em maio, numa atuação conjunta realizada em parceria com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).

A iniciativa obteve sucesso e, em agosto, o WhatsApp atualizou a política de privacidade visando resguardar os direitos dos usuários. O aplicativo de mensagens firmou compromissos de ajustar o Aviso de Privacidade para o Brasil, nos moldes do que já realiza para usuários da União Europeia, entre outras medidas.

A 3CCR atuou, ainda, na questão das moedas virtuais. Em maio, o órgão participou de audiência pública virtual sobre indícios de pirâmide financeira nas operações das empresas Investimento Bitcoin e Atlas Quantum. A audiência foi promovida pela Comissão Especial criada para analisar o Projeto de Lei 2303/15, que propõe ao Banco Central o papel de supervisor de operações financeiras que envolvam moedas virtuais e programas de milhagem. A 3CCR defendeu que a regulamentação do setor é um caminho essencial para evitar fraudes como as pirâmides e afirmou que ela deve ser construída de forma conjunta, reunindo todos os órgãos que atuam na temática, como o próprio MPF, a Polícia Federal (PF), o Banco Central (Bacen), o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e órgãos de defesa do consumidor.

Agronegócio – Em março de 2021, o órgão colegiado criou o Grupo de Trabalho Agronegócio com o objetivo de discutir o equilíbrio concorrencial e desafios do setor, com enfoque em propor soluções para as problemáticas referentes à área. Ao longo do ano, o GT promoveu uma série de encontros com acadêmicos e especialistas para compreender melhor o cenário atual, identificar oportunidades e traçar estratégias para a atuação do MPF no setor.

A 3CCR também apostou nas parcerias institucionais para melhorar a fiscalização e assegurar o bem-estar animal nas atividades culturais e esportivas equestres. A articulação do órgão superior resultou na assinatura, em outubro, de um termo de cooperação técnica entre MPF, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM) e Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ). O acordo prevê, entre outros pontos, que a 3CCR desenvolva ações para divulgação dos protocolos e regulamentos; repasse ao Mapa demandas de aperfeiçoamento de normas regulatórias e colha manifestação do Conselho Federal ou conselhos regionais de Medicina Veterinária para subsidiar a atuação institucional.

Foto: Marcelo Casal Jr/Agência BrasilEnergia – A 3CCR defendeu a atuação integrada e a união de esforços para a resolução de impasses relacionados à construção da linha de transmissão de energia entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR), conhecida como Linhão de Tucuruí. O posicionamento foi apresentado pelo coordenador órgão superior do MPF, subprocurador-geral da República Luiz Augusto Santos Lima, em audiência pública promovida pela Câmara dos Deputados em abril. A reunião virtual discutiu os efeitos da decisão da Justiça Federal de rescindir o contrato da concessionária Transnorte Energia, responsável pelo empreendimento, e determinar o pagamento de indenização por parte da União. A demora no processo de licitação ambiental, segundo a empresa, causou prejuízos e tornou o projeto inviável do ponto de vista econômico-financeiro.

Para aprofundar o conhecimento do MPF acerca do setor energético e debater soluções conjuntas para os desafios impostos pela escassez hídrica no país, a 3CCR promoveu, em novembro, um encontro de trabalho que reuniu, na sede da Procuradoria-Geral da Repúlblica, em Brasília, procuradores da República, integrantes do Ministério de Minas e Energia (MME) e de órgãos reguladores, e representantes do setor produtivo. O evento abordou os diversos aspectos relacionados à crise hidroenergética vivida pelo Brasil atualmente e priorizou o diálogo entre os diversos atores envolvidos para o enfrentamento do problema.

Administrativas – A composição da 3CCR permaneceu a mesma em 2021. O subprocurador-geral da República Luiz Augusto Santos Lima é o coordenador do colegiado, composto ainda pelos subprocuradores-gerais Alcides Martins e Brasilino Pereira, como membros titulares. Como suplentes, atuam os procuradores regionais Lafayete Josue Petter, Valquíria Quixadá e Waldir Alves.

Durante todo o ano, foram realizadas uma sessão de coordenação e nove sessões de revisão, com a deliberação de 924 procedimentos no total.

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