Aberto processo contra agente da PF em Presidente Prudente (SP)
Agente da PF e gerente de empresa de segurança responderão por corrupção passiva e ativa, respectivamente.
A Justiça Federal acatou denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal em Presidente Prudente (SP) e abriu processo criminal da Operação Oeste naquela cidade. O agente da Polícia Federal Roland Magnese Júnior, que integrava a Comissão de Vistoria de Segurança Privada da Delegacia da PF em Prudente, e o gerente Carlos Roberto Marchetti Fabra respondem a acusações de corrupção passiva e ativa, respectivamente.
Na Justiça Federal de Marília, Magnese já responde processo criminal por advocacia administrativa, por ter relaxado a fiscalização e agilizado documentos para empresas de segurança, e é réu numa ação civil de improbidade administrativa pelo mesmo motivo. Os crimes e a improbidade, tanto em Marília quanto em Presidente Prudente, foram descobertos na Operação Oeste, investigação da Polícia Federal que desbaratou uma quadrilha formada por policiais civis e federais corruptos que cometiam crimes na região oeste do estado, associados ou não a particulares.
No caso de Presidente Prudente, Magnese foi flagrado em diversas interceptações telefônicas nas quais pede, pelo menos cinco vezes, valores, bens e favores para funcionários e diretores de empresas de segurança que atuavam na região em troca de facilidades do setor em que trabalhava na Polícia Federal, como liberações de vistorias.
Fabra, o outro réu, é gerente de uma empresa de segurança em São Paulo e responderá por corrupção ativa por ter oferecido mil reais para o policial em troca da garantia de favores do agente junto à Delegacia. Em depoimento, Fabra admitiu a oferta.
Show - Um dos cinco casos de corrupção narrados na denúncia ocorreu no início de 2006. Roland é chamado até o local onde ocorria um show, realizado por um promotor de eventos da cidade. O empresário havia contratado seguranças irregulares e estava prestes a ser autuado pelo setor de vistoria da Polícia Federal, mas chama Magnese em seu auxílio.
O experiente agente convence os colegas, recém-concursados, de que a situação encontrada não era caso de autuação, uma vez que os dez seguranças irregulares compunham equipe de apoio da empresa contratada. Depois do show, Magnese passou a cobrar da promotor de shows e do dono da empresa de segurança bancos novos e mais 800 reais para a pintura de seu carro, no que foi atendido.
O interrogatório de Magnese, que responde ao processo em liberdade, foi marcado para março de 2008 pela Justiça Federal de Presidente Prudente. Como cometeu o crime de corrupção passiva várias vezes, o MPF pediu a sua condenação em concurso material. Por ter deixado de fazer seu trabalho em troca de dinheiro, ele pode ter a pena aumentada em um terço. A pena para o crime de corrupção, passiva ou ativa, é de dois a 12 anos de prisão. Fabra será interrogado em São Paulo.
Marcelo Oliveira
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