15/02/2005 - MPF aciona União para que reestruture combate ao tráfico em Cumbica
O procurador da República em Guarulhos, Matheus Baraldi Magnani, entrou com uma Ação Civil Pública na Justiça Federal de Guarulhos, para que a União seja condenada a estabelecer uma estrutura mínima direcionada ao combate ao tráfico de drogas no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos.
Segundo Magnani, o aeroporto internacional é hoje a maior ponte de varejo de tráfico de drogas da América, devido ao uso, por quadrilhas internacionais, de idosos, adolescentes e mulheres como ``mulas´´ (transportadores de drogas em pequenas quantidades, na bagagem, roupas, ou dentro do próprio corpo).
O procurador ressalta na ação que no ano de 2004 a Polícia Federal registrou uma redução drástica na quantidade de drogas apreendidas na região sudeste _ 2 toneladas em relação às 5 toneladas de 2003 e que o problema poderia ser enfrentado com um maior efetivo.
``Prova de que a questão é de má gestão da coisa pública é o fato de que no Aeroporto do Galeão, no Rio, por exemplo, que não é rota do tráfico internacional, o número de policiais destinado ao aeroporto é o mesmo de Cumbica´´, diz.
Segundo o procurador, o atual quadro de funcionários diminui a possibilidade de investigar. ``Numa audiência, uma `mula´ entregou o nome do homem que o contratou. Pedi ao juiz que me autorizasse a busca e apreensão no endereço citado. Saí da audiência, requisitei dez policiais, prendemos o traficante e apreendemos mais quatro quilos de cocaína´´, disse Magnani.
Um caso exemplar inspirou o procurador a entrar com a ação - a condenação à morte do surfista brasileiro Rodrigo Gularte, por tráfico de drogas na Indonésia, no último dia 7. ``Em virtude da baixa repressão no país, muitos jovens se arriscam em aventuras e acabam condenados à morte em países estrangeiros de legislação mais rígida´´, disse.
Marcelo Oliveira
Assessoria de Comunicação
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