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São Paulo

03/12/10 – Busca por restos mortais de desaparecidos na Ditadura Militar devem ser retomadas em fevereiro em Vila Formosa

Objetivo é exumar a possível sepultura de Virgílio Gomes da Silva

A equipe formada pelo Ministério Público Federal, peritos do Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal e profissionais e consultores da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República se reunirá em janeiro de 2011 para reanalisar todos os dados colhidos no cemitério de Vila Formosa. O objetivo do trabalho é obter e refinar as informações necessárias para que entre os dias 14 e 18 de fevereiro seja realizada a exumação do provável local de sepultamento do militante político Virgílio Gomes da Silva, o Jonas, morto pela ditadura militar em 1969.

Na última semana, entre o último dia 29 de novembro e 3 de dezembro, a equipe, que também é composta pelo Instituto Médico Legal de São Paulo e tem apoio do Serviço Funerário do Município de São Paulo, realizou prospecções em duas áreas do cemitério de Vila Formosa.

Sob um canteiro onde antes havia um letreiro com o nome do cemitério, foi encontrado, conforme relatos que haviam sido apurados pelo MPF, um ossário clandestino de 2,8 m por 2,8 m. No local foram encontradas centenas de ossadas ensacadas e, numa profundidade de mais de 3m, uma camada de cerca de 50 cm de altura contendo ossos soltos, misturados e fragmentados.

Na atual quadra 47 do cemitério, a antiga quadra 50, foram feitas prospecções para tentar se definir a exata localização das sepulturas dos militantes políticos desaparecidos Virgílio Gomes da Silva e Sérgio Correa. O trabalho de localização foi realizado mediante análise de fotos do cemitério nos anos de 1968 e 1972, pesquisas de solo com radares, revisão de livros de registros de sepultamentos e depoimentos.

A comparação foi necessária, pois, em 1975, Vila Formosa passou por uma “remodelação” na qual foram suprimidas várias sepulturas. Esse remanejamento teria ocorrido sem que houvesse exumações prévias e realizados registros nos livros do cemitério. Acredita-se que é esse material retirado do terreno nos anos 70 que compõe pelo menos parte do ossário clandestino.

Não foram realizadas esta semana tentativas de exumação de Virgílio Gomes da Silva, pois há dúvidas sobre a localização da sepultura de Silva na atual quadra 47. A equipe de peritos trabalha, no momento, com nove possibilidades. Como as indicações da sepultura suspeita de corresponder à de Sergio Correa eram menos incertas, a equipe de peritos do INC e do IML se dedicou a exumação deste local durante a manhã e a tarde de ontem. Exames antropológicos e, eventualmente, de DNA, dessa ossada exumada serão realizados em laboratório pelos técnicos do INC e do IML.

EXAMES DE DNA – O trabalho de antropologia forense no material recolhido no ossário clandestino e na sepultura que pode ser de Sergio Correa começarão na última semana de dezembro, no IML. O material encontra-se em uma sala reservada pelo instituto para este fim.

Paralelamente aos trabalhos relativos à Vila Formosa, continuam as pesquisas visando a identificação de desaparecidos possivelmente enterrados no cemitério de Perus. Hoje, os peritos do INC colheram, para exames de DNA, material genético dos restos mortais suspeitos de corresponderem aos dos militantes políticos Aylton Adalberto Mortati, morto em novembro de 1971, e Luís Hirata, morto em dezembro daquele ano, exumados no último mês de outubro pela mesma equipe, em Perus.

O chefe do setor de medicina forense do INC, Jeferson Evangelista Corrêa, esteve no IML no último dia 2, realizando os exames antropológicos e odontológicos preliminares nas ossadas de Mortati e Hirata. O INC está trabalhando também em relação à ossada de Dimas Casemiro, retirada nos anos 90 da vala de Perus.

A procuradora da República Eugênia Augusta Gonzaga e o procurador regional da República Marlon Alberto Weichert, responsáveis pelo caso, defendem que no Cemitério de Vila Formosa seja erguido um memorial em homenagem às vítimas desaparecidas do regime militar, bem como aos milhares de desconhecidos cujas sepulturas foram violadas pelas alterações ilegais ocorridas naquele cemitério.

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