Javascript desabilitado
Logo MPF nome Logo MPF

Procuradoria-Geral da República

Direitos do Cidadão
12 de Junho de 2019 às 13h25

PFDC participa de lançamento de pesquisa que revela papel da publicidade no financiamento de programas policialescos

Órgão do MPF defende enfrentamento de programas que propagam discursos de ódio e incitam à violência. Articulação com o MP nos estados representa importante estratégia, sinaliza Procuradoria

Foto do lançamento da pesquisa

Foto: Leonardo Prado/Secom/PGR

No esforço de identificar os agentes que financiam programas policialescos, responsáveis por diversas violações de direitos nos meios de comunicação, a ANDI Comunicação e Direitos e o Instituto Alana, com apoio técnico do Intervozes, realizaram uma pesquisa cujos resultados foram lançados na última segunda-feira (10) na sede da Procuradoria-Geral da República. A atividade contou com o apoio do grupo de trabalho Comunicação Social da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), vinculada ao Ministério Público Federal (MPF).

A publicação dá seguimento à estratégia iniciada em 2013 pela ANDI – que contou com a colaboração da PFDC e de organizações da sociedade civil – com o objetivo de colocar em debate as práticas antidemocráticas promovidas por programas com viés policial. Em 2016, o terceiro volume do Guia de monitoramento: Violações de direitos na mídia brasileira apontou que, ao longo de 30 dias de monitoramento, foram registradas 4,5 mil violações de direitos (entre elas, exposição indevida de pessoas, desrespeito à presunção de inocência, identificação de adolescentes em conflito com a lei, discurso de ódio e incitação à violência), 15.761 casos de infração a leis brasileiras e multilaterais e 1.962 ocorrências de desrespeito a normas autoregulatórias.

A publicidade como estratégia de financiamento dos programas policialescos” analisou 8.552 peças publicitárias inseridas em 397 edições de 20 programas policialescos veiculados em emissoras de rádio e televisão de 10 capitais do país no período de 22 de fevereiro a 20 de março de 2016, tendo como objeto a identificação dos anunciantes que geram receitas para os programas por meio de cotas de patrocínio, de espaços publicitários adquiridos nos intervalos comerciais e durante o programa.

De acordo com o estudo, a maior parte das publicidades foi apresentada nos intervalos dos programas (69,4%). Os merchandisings (exposição de produto, marca ou serviço dentro dos blocos do programa) aparecem em segundo lugar com 24,5%. Já as cotas de patrocínio foram as menos recorrentes (6,1%). Ainda segundo a pesquisa, as empresas privadas são que mais promovem as cotas de patrocínio (90%), os merchandisings e a veiculação de peças nos intervalos dessas atrações (67,2%). Entretanto, alerta a pesquisa, 5,7% das peças publicitárias e merchandisings são promovidas por órgãos estatais, o que corresponde a 415 casos identificados.

Na avaliação da procuradora Deborah Duprat, os programas policialescos propagam discursos de ódio que passam a permear as relações sociais e geram diversas formas de violência no cotidiano das pessoas. “Espero que essa pesquisa possa nos ajudar ainda mais a encontrar mecanismos para frear esse tipo de programação”, afirmou a procuradora sobre os programas policialescos ao destacar que a mobilização deve extrapolar os espaços tradicionalmente utilizados e ocupar também o ambiente virtual.

Para Domingos Dresch da Silveira, PFDC substituto e integrante do grupo de trabalho Comunicação Social da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, a pesquisa é um importante instrumento para combater o uso indevido de concessões públicas. Nesse sentido, defendeu uma ação articulada entre o MPF e o Ministério Público nos estados para promover o enfrentamento das situações que violam direitos nos meios de comunicação.

Responsabilização – Durante o diálogo, foi entregue à PFDC uma representação que pede a instauração de procedimento no sentido de apurar e mitigar o financiamento por meio da publicidade estatal e de empresas públicas e sociedades de economia mista dos programas policialescos. O documento apresenta, ainda, uma série de dados que registram a ocorrência de ilegalidades e violações de direitos praticadas por programas com viés policial, transmitidos por concessionárias públicas de radiodifusão no país.

A representação, assinada pela ANDI – Comunicação e Direitos, Artigo 19, Instituto Alana e Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, foi encaminhada para análise do GT Comunicação Social da PFDC, órgão do Ministério Público Federal.

Assessoria de Comunicação e Informação
Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC)
Ministério Público Federal
(61) 3105 6083
http://pfdc.pgr.mpf.mp.br
twitter.com/pfdc_mpf

registrado em: *1CCR, *PFDC
Contatos
Endereço da Unidade
 
 
Procuradoria-Geral da República
SAF Sul Quadra 4 Conjunto C
Brasília - DF
CEP 70050-900 
(61) 3105-5100
Atendimento de segunda a sexta, das 10h às 18h.
Como chegar
Sites relacionados
Área Restrita