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Paraíba

Geral
27 de Abril de 2020 às 18h15

Leite Fraterno: repasses de doações a famílias agricultoras já possibilitaram distribuição de 8 mil litros para população vulnerável

Mais de 80 doadores contribuíram com R$ 23.190,75 até a sexta-feira (24)

Arte mostra, ao fundo, uma pessoa tirando leite de uma vaca. No centro da imagem um gráfico mostra a evolução das entregas por data. Em cima da curva de crescimento um desenho representando um caminhão de leite sendo empurrado por algumas pessoas em direção a outras que estão um pouco mais acima

Arte: Ascom PR/PB

Oitenta e seis doadores já contribuíram com R$ 23.190,75 para a campanha solidária Leite Fraterno até a sexta-feira (24), possibilitando a compra de 8 mil litros de leite distribuídos para a população em situação de vulnerabilidade social nas cidades mais populosas da Paraíba, João Pessoa e Campina Grande, respectivas regiões metropolitanas, além dos municípios de Sapé, Aroeiras, Natuba e Itatuba. A campanha consiste em arrecadar doações para comprar leite produzido por famílias agricultoras e distribuir para a população vulnerável, de modo a mitigar a crise econômica e social decorrente da quarentena para reduzir a velocidade de propagação da covid-19.

Menino com lsaco de leiteLançada em 9 de abril de 2020, com o convite à sociedade para comprar cargas de 4 mil litros de leite transportadas pelo caminhão refrigerado dos pequenos produtores, a campanha rapidamente ganhou a simpatia de pessoas físicas, entidades e organizações que possibilitaram a compra das duas primeiras cargas de leite, carregadas pelo caminhão nos dias 15 e 17 de abril, e ajudaram a mitigar a fome de catadores de materiais recicláveis, pessoas em situação de rua, vendedores ambulantes, prostitutas, travestis, moradores de ocupações irregulares e famílias indígenas da etnia warao que chegaram à Paraíba fugindo da crise humanitária na Venezuela.

Um desses doadores é a organização religiosa Cidade Viva, igreja evangélica com sedes na capital e nos municípios de Conde (PB) e Campina Grande (PB). A igreja doou metade de uma das cargas de leite já distribuídas pela campanha Leite Fraterno. Perguntado sobre a participação da igreja na campanha, o pastor da Cidade Viva, Sérgio Queiroz, explicou que na história do cristianismo, especialmente nos primeiros séculos depois de Cristo, a igreja sempre foi a referência quanto às ações de solidariedade e amor ao próximo, tendo os ensinamentos de Jesus como parâmetro.

“A verdadeira doação cristã não é para comprar o favor de Deus, mas uma resposta humilde a ele por toda graça imerecida recebida quando Cristo morreu pela humanidade na cruz. No verdadeiro ensino bíblico, dar é melhor que receber. Infelizmente, alguns têm feito da fé um negócio e não uma oportunidade de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, explicou Queiroz.

Cidade VivaMáscaras e respiradores – Através da Fundação Cidade Viva, instituída pela igreja para cuidar de toda a ação social, a Cidade Viva tem efetuado doações de protetores faciais para o Instituto de Perícia Criminal da Polícia Civil da Paraíba; máscaras de tecido para familiares de internos em hospitais da capital e diversos asilos; construção de áreas de costura em unidades prisionais de João Pessoa, o que possibilitou a instalação de linhas de produção para fabricação de máscaras distribuídas aos profissionais do sistema penitenciário e para profissionais de saúde do estado. Além disso, o Laboratório de Tecnologia da Escola Internacional Cidade Viva reproduziu um protótipo de respirador a ser produzido a baixo custo. A igreja também tem efetuado doações de alimentos para comunidades, pessoas em situação de rua, e doações de produtos hospitalares e produtos de limpeza para instituições.

Devemos cuidar de todos - Ao explicar como a Cidade Viva concilia a natureza espiritual da sua atividade com a beneficência social, Sérgio Queiroz destacou que a teologia bíblica não separa o homem em compartimentos estanques. “Somos inteiros, somos a união indissolúvel de todas as expressões de nossa imagem e semelhança ao Criador. Desse modo, não podemos olhar o ser humano apenas como uma alma a ser salva, mas como um ser inteiro, amado inteiramente por Deus e que possui uma dignidade intrínseca e inalienável”, argumentou. Para Queiroz a igreja “deve amar e cuidar de toda a criação, especialmente do seu semelhante. Esse cuidado não é a porta para a salvação, pois essa só Cristo nos concede gratuitamente, mas é certamente uma das necessárias evidências de que tivemos realmente um encontro com Jesus”, ressaltou.

Sindifisco NacionalSindifisco Nacional – Outra entidade que contribuiu com vultosa doação para a campanha Leite Fraterno foi o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional). O presidente da Delegacia Sindical na Paraíba do Sindifisco Nacional, Glauco José Eggers, explicou que a participação dos filiados do sindicato nas campanhas “é uma afirmação do que historicamente está implícito na criação de entidades dos trabalhadores e trabalhadoras, a solidariedade”.

Segundo Glauco Eggers, a emergência sanitária em razão da pandemia da covid-19 evidencia graves desigualdades da sociedade brasileira, na distribuição de renda, no acesso aos bens e serviços, públicos ou não, e na representação política. “Muitos atribuem essa disparidade nas condições de vida à falta de competência, de vontade para aproveitar as oportunidades que, conforme premissa desse mesmo pensamento, estão disponíveis para quem quiser e souber aproveitar”, comentou o sindicalista, para em seguida apontar que, além dos efeitos trágicos, situações como a atual pandemia revelam que “muitos discursos funcionam como um véu para acobertar que a forma como está organizada a nossa sociedade tem como condição necessária, a produção de desigualdade”, observou Eggers.

O sindicalista usa como exemplo desse tipo de discurso “aqueles que sempre defenderam o Estado mínimo, só que mínimo para a maioria da população e que, subitamente, passam a falar na necessidade do serviço público de qualidade e com alcance universal. Que não esqueçam das lições deste momento”, pede Eggers.

Ao ressaltar que o momento é de ter empatia com as populações mais prejudicadas pela nossa forma de organização social e pensar sobre o futuro, o representante do Sindifisco Nacional na Paraíba cita o ex-presidente uruguaio, Pepe Mujica: “Teríamos que pensar por todo o planeta e tomar medidas por todo o planeta. Inventamos bobagens para acumular e não atendemos necessidades básicas".

Produtores de leiteDuas ajudas em uma – O procurador da República José Godoy ressalta que a campanha Leite Fraterno tem um aspecto de ajuda dúplice que a diferencia das demais campanhas solidárias e potencializa o resultado das doações ao ajudar famílias vulneráveis no campo e na cidade. “De um lado, a campanha garante a sobrevivência do pequeno agricultor, enquanto distribui o leite até a mesa das pessoas que necessitam do alimento nas cidades”, explicou Godoy. “Agradecemos às pessoas que já doaram e conclamamos a sociedade civil, as organizações e entidades para que também contribuam com a sustentabilidade da agricultura familiar e a sobrevivência das famílias nas comunidades urbanas”, solicitou o procurador.

Nova conta da campanha – Já está liberada para receber doações da campanha Leite Fraterno a nova conta da Associação dos Produtores de Ovinos e Caprinos do Cariri no Banco do Brasil: Agência nº 5686-3, Conta corrente nº 454-5 e CNPJ: 04.721.878/0001-77.

Coordenação e apoio - A campanha Leite Fraterno é coordenada pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e conta com o apoio da Justiça Federal na Paraíba (JFPB), Ministério Público do Trabalho (MPT-PRT13), Ministério Público da Paraíba (MPPB), Defensoria Pública da União (DPU), Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE-PB) e Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Paraíba (OAB/PB).

Distribuição do leite – O leite chegará à população vulnerável através da distribuição realizada por entidades, associações e movimentos sociais e projetos que já estão atuando na entrega de cestas básicas e kits de higiene disponibilizados pelo governo do estado e prefeitura da capital, como o Hospital Padre Zé, Movimento dos Trabalhadores por Direitos (MTD), projeto Rua do Respeito e o projeto Mobilização Inclusão e Formação de Catadores de Materiais Recicláveis da Universidade Estadual da Paraíba, além da Associação das Prostitutas na Paraíba (Aprós), grupo Maria Quitéria, Associação das Travestis e Transexuais da Paraíba (Astrapa), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Produtores – O leite é produzido por famílias de agricultores dos municípios de Barra de Santana (PB), Caturité (PB) e Boqueirão (PB), mobilizadas pela Associação dos Produtores de Ovinos e Caprinos do Cariri (Apocca) e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra de Santana (STR) para fornecer leite às pessoas em situação de vulnerabilidade no estado, mantendo a sustentabilidade das famílias agricultoras. A interlocução com o Ministério Público Federal foi feita através do MST, no dia 3 de abril, resultando na campanha Leite Fraterno. A campanha também passa a contar com a atuação da Universidade Federal da Paraíba através de projeto já em discussão com o MPF.

 

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