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Mato Grosso do Sul

Meio Ambiente
11 de Dezembro de 2017 às 14h15

Seminário discute efeitos do uso de agrotóxicos na apicultura

70% das culturas agrícolas dependem das abelhas

Seminário discute efeitos do uso de agrotóxicos na apicultura

Promovido pela Comissão de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos de Mato Grosso do Sul, o “Seminário de Polinizadores” foi realizado na última quarta-feira (06), no auditório da Procuradoria da República em Mato Grosso do Sul, unidade do Ministério Público Federal (MPF) em Campo Grande (MS). No encontro, apresentou-se uma estatística que reafirma a importância dos polinizadores para o equilíbrio do ecossistema: mais de 70% das culturas agrícolas depende direta e indiretamente da polinização realizada pelas abelhas.

“Das 141 espécies de plantas cultivadas no Brasil, aproximadamente 85 delas dependem em certo grau da polinização animal e 80% desse trabalho é realizado pelas abelhas”, afirmou a bióloga e professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Generosa Sousa Ribeiro. O ponto de partida da pesquisadora foi o estudo da intoxicação de abelhas por agrotóxicos, objeto da tese de doutorado em ciências agrárias. De acordo com Generosa, além do néctar e do pólen, há espécies de abelhas que também coletam resina e água, evidenciando o papel desses voadores para a manutenção da biodiversidade. Entretanto, o trabalho das abelhas passa a ser cada vez mais comprometido pelo uso recorrente de agrotóxicos, principalmente por meio das técnicas de pulverização. "Esses produtos alteram o comportamento das abelhas e é possível perceber quando elas estão intoxicadas pela observação no entorno das caixas, pela mortandade e má formação das larvas e pela incapacidade de substituição da rainha", destaca a professora.

No evento, a idealizadora do projeto Colmeia Viva, Paula Arigoni, apresentou o Colmeia Viva App, um aplicativo em que agricultores podem identificar áreas de atividades agrícolas e apícolas, assim como os criadores de abelhas podem receber comunicados sobre aplicações e tomar medidas de proteção sobre a cultura. Adicionalmente, o mestre em biologia animal Marcos Wolf apresentou a importância da criação de abelhas sem ferrão nativas do Mato Grosso do Sul, pois, além de serem importantes polinizadores da flora silvestre, elas também podem ser cultivadas e manejadas em ambientes urbanos. "Por que criar abelhas nativas sem ferrão? Elas produzem mel de alto valor medicinal, são alternativas de renda para a agricultura familiar e dispensam o uso de equipamentos como macacão e fumegador", expõe Wolf.

De acordo com a palestra do analista ambiental do Ibama, Leandro Borges, é preciso que as recomendações de uso do produto em rótulo e bula sejam rigorosamente seguidas para que as avaliações de risco ambiental tenham efetivação. “A nota técnica do Ibama apresenta a necessidade de aumentar o número de pessoas capacitadas em avaliação de risco ambiental de substâncias e aperfeiçoar a avaliação de disco de agrotóxicos”, apresenta Borges.

Além do MPF, o evento também foi organizado em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério Público do Estado (MP/MS), o Sistema Famasul, a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), Crea-MS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de MS), Sindag (Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola) e UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

Os temas debatidos foram: intoxicação de abelhas por agrotóxicos; polinização, agricultura e declínio de polinizadores; gestão de denúncias sobre agrotóxico em áreas de atuação da Iagro; abelhas sem ferrão em Mato Grosso do Sul; empresas aeroagrícolas e dados da aviação agrícola brasileira.

Apresentações

Confira, abaixo, os slides utilizados nas apresentações do seminário:

365 fatos sobre a aviação agrícola”, por Júnior Oliveira - Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag);

Aplicativo Colmeia Viva”, por Paula Arigoni - Projeto Colmeia Viva;

Registro de Agrotóxicos e Polinizadores”, por Leandro Borges – Ibama;

Intoxicação de abelhas por agrotóxicos”, por Generosa Sousa Ribeiro - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb);

Doenças, colapsos e sumiços das abelhas”, por Dejair Message - Universidade Federal Rural do Semi-Árido/ Mossoró, RN;

Ações da Iagro no atendimento de denúncias de irregularidades envolvendo agrotóxicos”, por Marina Alves Bacha - Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro);

Abelhas sem ferrão nativas do Mato Grosso do Sul”, por Marcos Wolf – mestre em biologia animal pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

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