Tribunal do Júri Federal em Anápolis acata tese do MPF/GO e condena engenheiro que tentou matar empregada da Valec
Depois de quase 30 anos, esse é o segundo Tribunal do Júri Federal realizado em Goiás
Foto: MPF-Anápolis
Após 12 horas de julgamento, o 1º T ribunal do J úri F ederal em Anápolis (GO) condenou nessa segunda-feira (15) o engenheiro Anízio Oliveira de Sousa pela tentativa de homicídio duplamente qualificado, praticado contra a vítima Acácia Queiroz Carneiro. Os jurados acataram todas as teses do Ministério Público Federal em Anápolis (MPF/GO), o que resultou na condenação do acusado à pena de sete anos e seis meses de reclusão, com cumprimento inicial em regime semiaberto.
De acordo com o MPF/GO, o ato do acusado foi praticad o para assegurar a impunidade de crimes de falsificação de documentos realizad os na Valec, empresa responsável pela construção da ferrovia norte-sul.
Atuaram em plenário os procuradores da R epública Rafael Paula Parreira Costa e Otávio Balestra Neto. O júri foi presidido pelo juiz federal Francisco Brum.
Para
o procurador
Rafael Parreira, o resultado do julgamento ficará para sempre nos anais do estado de Goiás e da Justiça Federal.
Ele d
estacou
,
ainda,
que “a sociedade anapolina fez história
e
o resultado revela o desenvolvimento de uma cultura de intolerância à
impunidade, corrupção e violência.”
Entenda o
caso
–
Em 2009, a
vítima Acácia Carneiro,
engenheira
da Valec, constatou
que
pessoas próximas a
Anízio Oliveira de Sousa –
também engenheiro e
seu colega
de trabalho,
que
prestava serviços na construção da Ferrovia Norte-Sul, no trecho entre Uruaçu e Anápolis –
falsificara
m, com o conhecimento do condenado,
documento de controle de distribuição de
vales-refeição
durante a
gestão do escritório provisório em Campo Limpo (GO).
Diante
disso
, Acácia
ameaçou
levar o
caso
à
administração superior
da empresa
, em Brasília.
Dias depois, Anízio entrou no escritório da vítima, quando esta exercia suas atividades, para discutir a sua decisão de delat ar à Diretoria da empresa a falsificação d os documentos . Ao confirmar as intenções da colega , Anízio apoderou- se de uma miniatura de dormente de trilho (peça de concreto) que estava sobre a mesa e desferiu um violento golpe na cabeça da empregada . Após, segurou a vítima pelos cabelos e continuou as agressões. Ao ouvirem os gritos, outros funcionários da empresa intercederam e evitaram a morte de Acácia. A pancada foi tão forte que causou traumatismo cranioencefálico e a perda dos movimentos do supercílio direito.
Tribunal do J úri F ederal – S ão poucos os casos de j úri na Justiça Federal (JF) . Neste caso d e Anápolis, a federalização do crime ocorreu pelo fato de a vítima ser empregada de empresa pública federal e estar no exercício de suas funções quando o crime ocorreu.
Além desse julgamento em Anápolis, tem-se notícia apenas de um outro Tribunal do Júri Federal ocorrido em Goiás. Trata-se do processo nº 00.00.05313-9 , por crime de homicídio qualificado, autuado em maio de 1988, na 5ª Vara da JF de Goiânia.
Processo nº 5321-69.2010.4.01.3502 – S ubseção Judiciária de Anápolis .
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