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Amazonas

Indígenas
30 de Março de 2022 às 13h55

MPF recomenda medidas para assegurar saúde de indígenas no Hospital Regional de Eirunepé (AM)

Município passa por situação de irregularidade no suprimento do soro antiofídico, de medicamentos para o tratamento da doença de chagas, além de discriminação a pacientes indígenas

#ParaTodosVerem. Ilustração de fundo colorido com as palavras Saúde Indígena em destaque no centro da imagem.

Imagem: Secom/MPF

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou medidas para proteção dos direitos à saúde de indígenas do município de Eirunepé (distante 1.159 quilômetros de Manaus), após relatos de recusa no atendimento, discriminação, além de demora e poucas unidades do suprimento do soro antiofídico para população e a falta de medicamentos para doença de Chagas.

Foram relatados frequentes casos de acidentes ofídicos, assim como a discriminação e a recusa de atendimento aos indígenas pelo Hospital Regional de Eirunepé, inclusive pela falta de documentos pessoais.

A recomendação foi enviada ao prefeito municipal de Eirunepé, à Secretaria Municipal de Saúde, à Secretaria de Estado de Saúde (SES) e à Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), para que viabilizem os recursos materiais e logísticos que garantam a regularidade no suprimento do soro antiofídico e dos medicamentos para o tratamento da doença de chagas no município.

Ainda de acordo com a recomendação, deve ser implementado o serviço de Ouvidoria no Hospital Regional de Eirunepé, com indicação de servidor responsável pela função, afixação de placa informativa em local visível, participação da Fundação Nacional do índio (Funai) e usuários de saúde indígena em sua discussão e implementação.

Outra medida recomendada é a adequação do atendimento no Hospital Regional de Eirunepé e na rede de saúde local aos povos indígenas, respeitando a cultura, a língua, as tradições e os hábitos alimentares, por meio da contratação de intérpretes, entre outros direitos.

O MPF estabeleceu prazo de 30 dias para envio do cronograma e a comprovação documental da garantia de regularidade.

Casos de acidente ofídico e doença de chagas - A Coordenação Técnica Local da Funai, em Eirunepé, relatou a falta de soro antiofídico na unidade hospitalar da cidade, o que levou a morte o indígena Oki Francisco Kanamari, em setembro de 2019. De acordo com a Funai, o paciente passou nove dias sem atendimento e foi preterido no atendimento de tratamento de fora de domicílio (TFD), pois o transporte contemplava oxigênio para apenas um paciente.

A FVS-AM apontou, em agosto de 2019, que o estoque de soro antiofídico no município de Eirunepé era considerado crítico, constando apenas duas ampolas de soro antibotrópico e nenhuma ampola de soro antibotrópico-laquético, sem ter havido comunicação em tempo hábil da Prefeitura de Eirunepé sobre o caso.

A Coordenação Técnica Local da Funai relatou ainda a ausência de remédio para doença de chagas no município, em janeiro de 2020. Uma criança indígena diagnosticada com esta doença passou 12 dias sem o tratamento adequado, na Casa de Saúde Indígena, conforme o relato.

Atendimento à saúde - O MPF destaca, na recomendação, que o atendimento de saúde deve levar em consideração a realidade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas, e que o modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena deve ser pautado por uma abordagem diferenciada e global, contemplando os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, demarcação de terras, educação sanitária e integração institucional.

A recomendação estabelece prazo de 60 dias para que prefeitura, a secretaria municipal, a SES e o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Médio Solimões realizem maior integração entre os órgãos de apoio aos indígenas na região, sugerindo-se a criação do Grupo de Trabalho Interinstitucional (GTI) Saúde indígena em Eirunepé.

O MPF ressalta a disposição para apoio e articulação e aponta que há reuniões frequentes de diversas entidades públicas e privadas, denominada provisoriamente de Rede de Apoio Madjá-Kulina, com objetivo de trabalhar os direitos e situações de vulnerabilidade enfrentados por este povo na região do Juruá, que pode ser o ponto focal do sugerido grupo de trabalho.

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